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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Agência Brasil - Compra de caças faz parte da estratégia de capacitação tecnológica do país, diz Jobim - Jurisprudência

 
16 de Setembro de 2009 - 16h08 - Última modificação em 16 de Setembro de 2009 - 18h26


Compra de caças faz parte da estratégia de capacitação tecnológica do país, diz Jobim

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil

 
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Antônio Cruz/ABr
Brasília - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, participa de audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado sobre acordo militar fechado com a França para compra de helicópteros e submarinosBrasília - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, participa de audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado sobre acordo militar fechado com a França para compra de helicópteros e submarinos
Brasília - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, reafirmou hoje (16) que o Brasil não pretende apenas comprar caças para a defesa do país, mas buscar maior capacitação tecnológica para uso estratégico e militar. “Não se trata de um festival de compras. É um festival de capacitação nacional”, disse Jobim, durante audiência pública no senado.

Ele assumiu que a escolha dos caças que serão comprados para as Forças Armadas levará em conta critérios políticos e que os antecedentes dos países que vão apresentar  as propostas de vendas, até o próximo dia 21, também serão levados em conta.

“Sou advogado por formação, e o advogado trabalha com jurisprudência e antecedentes. E os Estados Unidos, além de não manifestarem interesse em transferir a tecnologia dos seus caças, têm antecedentes ruins que inviabilizaram as operações do Super Tucano”, disse Jobim, referindo-se ao "GPS degradado" que, em outra negociação, foi enviado pelos norte-americanos para serem adaptados a esse modelo de aviões.
"Mas são as características jurídicas do acordo que poderão evitar esse tipo de problema. E de características jurídicas eu entendo", complementou. Segundo o ministro, os EUA tem acenado apenas com a possibilidade de transferir as tecnologias que seriam consideradas por eles como “necessárias”, enquanto os franceses acenaram com a transferência “irrestrita” de tecnologia.
“Agora vamos saber o que é classificado como 'necessário' pelos americanos e o que significa 'irrestrito' para os franceses”, disse Jobim. “Ou o Brasil se capacita ou será um país totalmente dependente”, acrescentou o ministro.

Jobim informou que a conversa com os franceses foi diferente. Por ser o único país europeu-amazônico entre os candidatos à venda, por causa da Guiana Francesa, destacou o ministro, a França "tem manifestado maior interesse em participar de uma estratégia norte-sul”.

“A América do Sul é o maior produtor mundial de alimentos e é onde se encontra a maior quantidade de água doce do planeta, com a Bacia Amazônica e o Aquífero Guarani. Isso sem falar na matriz energética e nos fármacos da Amazônia. Imaginem o que isso significará daqui a alguns anos”, comentou Jobim.


Edição: João Carlos Rodrigues  


Agência Brasil - Compra de caças faz parte da estratégia de capacitação tecnológica do país, diz Jobim - Jurisprudência

 



 

 

 

 

2 comentários:

  1. Odilon - Rio Verde -GO
    Ate que enfim um presidente viu que o pais precisa de tecnologia de ponta na aréa militar pois se não ficaremos dependentes a vida inteira de outros países.

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  2. Por que mentir sobre o acordo militar?

    As novas bases militares colombianas expandiram a esfera de influência estadunidense para uma ampla região da Amazônia brasileira. Elas completam as posições da IV Frota Naval dos EUA, no Oceano Atlântico. Não há coincidência na simultaneidade dessa mobilização armada com a divulgação dos imensos potenciais das reservas do pré-sal.
    Há anos o Brasil pleiteia uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU. A absurda ausência do país tem o histórico patrocínio dos EUA, que não querem dividir esferas de influência na América Latina. A pretensa necessidade da tutela de Washington nasce da insuficiência material de nossas Forças Armadas.
    Elas são realmente obsoletas e virtualmente inúteis. Os oficiais vomitam elogios à ditadura, enquanto o ministério da Defesa responde com afagos modernizadores. É necessário rever a impunidade dos torturadores e assassinos do regime militar, mas também fornecer condições materiais para que as Armas cumpram seu papel na manutenção do Estado de Direito.
    Por menos democrático que pareça, nenhum governo do planeta divulga as minúcias de negociações militares. A transferência de tecnologia é imprescindível para compras da proporção que o país necessita. Ela sempre foi recusada pelas empresas norte-americanas, que só agora acenam com um recuo, ainda assim parcial e condicionado.
    O poder de persuasão dos lobbies da indústria bélica é inimaginável, e vai muito além das simples (e já por si irrecusáveis) ofertas financeiras. Deve-se acompanhar com muito zelo a participação de jornalistas, “especialistas” e políticos nesse debate.
    Por que de repente surgiram tantos defensores da Boeing e da Lockheed na imprensa nacional? Por que as análises insistem em evitar discutir os tais “méritos” da opção pela concorrente francesa? Por que, afinal, uma discussão de tamanha complexidade tem sido tão flagrantemente manipulada pelo noticiário?

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